quarta-feira, 10 de abril de 2013

Era noite

Era noite
Uma ligação me acordou assustado
O sonho estava bom, mais que droga
Era voz de mulher, acelerada, inquieta
Uma amiga de velha data
Perguntei o que diabos havia acontecido
Mas ela teimava em querer falar pessoalmente
E que deveria ser naquele mesmo instante
Eu ainda fedia a tabaco e álcool
Mas fui mesmo assim
Ela estava perto da minha casa
Encontrei-a a duas quadras dali
Estava dentro de um vestido branco
Seus cabelos soltos
Estava diferente, seu perfume invadia minhas narinas
Não lembrava de tela visto tão feminina até aquela noite
Eu nunca havia reparado em suas curvas
Tentadora, me assustei ao perceber isso
Tentei manter a mesma feição de serio com a qual sempre à encarei,
Escondendo o espanto
Brigando com os olhos para manterem-se nas orbitas
E não dar muito na cara que eu estava a despindo com o imaginação
E para minha surpresa, que já não eram poucas, ela se jogou em meus braços
Colocou seu dedo indicador sob meus lábios, fazendo-os calar
E sussurrou calma e sedosamente em meu ouvido:
“Para que essa cara, nunca viu uma mulher com vontade de dar?”
Minha amiga, quem diria...
Que boca faminta
Aqueles seios duros
O rabo gostoso, redondo e firme
Transamos como animais
Ela chupava com gana enquanto me masturbava
Era inconsciente, selvagem
As mordidas de arrancar pedaço
O calor entre as pernas, o suor, o cheiro
Não me dava tempo de respirar
Insaciável
Cada vez me puxando para mais perto
Pedindo para ir mais forte
Mais fundo...
Dormi poucas horas aquela noite, levantei como de costume
Tomei um trago de vinho
Joguei água sobre o corpo e fiz algumas torradas
Coloquei o chapéu e vesti o casaco
Levantei vagarosamente o lençol que a cobria, descobrindo seu corpo
Estava nua, dormindo despreocupada
Com meus dedos entre suas pernas
Inclinei-me e beijei sua boca, dizendo:
“Vou deixar a chave, durma o quanto quiser
Volto pra mais na hora do almoço”
Fingindo não ter acordado, ela se aconchegou em meus lenções sorrindo
Acendi um cigarro
E fui trabalhar.

Renan M. Duarte


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