E como de costume
Religiosamente
meu velho vem me acordar
Todo o sábado as
oito da matina
Ele não se
importa se dormi de mais ou de menos
Apenas abre as
cortinas e diz com aquela voz carregada
“Levanta rapaz,
já to saindo”.Engulo saliva, pulo da cama e visto uma camisa qualquer
A cinco minutos
dali
Paramos no
boteco
Sentamos à mesa
de sempre
O velho Barbicha
vem nós atender
Trazendo a
gelada, e dois copos
E arrastando uma
cadeira para junto da mesa.
Não sei se é
combinado ou mesmo costume
Mas todos os
amigos do velho aparecem
Parecem saber
que ele está lá
As conversas são
sempre as mesmas
“Lembra de
quando...”
Mas cara,
Como isso parece
bom
Roer lembranças
e sempre acha-las uma novidade
É como ouvir um
vinil várias vezes e todas elas brindar com êxtase
Não me canso
dessa cena
Sei que quando
minha hora chegar
Vou tomar o seu
lugar
E do meu lado
vai ser o meu neto
Que irá se
sentar.
E desde cedo o
guri vai observar
Como velhos lobos se reencontram.
- Renan M. Duarte
Como velhos lobos se reencontram.
- Renan M. Duarte
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