sexta-feira, 12 de julho de 2013

Amarga sinfonia

Garrafas espalhas pelo chão do quarto,
algumas quebradas,
muitas vazias
e outras ainda pingam cerveja,
inundando o chão.

Vejo tudo pelo canto do olho,
enquanto rola na cama
embrulhado pelos lençóis.

O corpo dormente
e as mãos formigando,
o sabor amargo eclodindo pela boca,
enquanto escorre a baba
pelo canto da boca.

O quarto está fechado a dois dias,
vejo algumas baratas rondando
as poças de cerveja e a geladeira aberta,
vejo litros de água vazios e espalhados,
enquanto a luz fria
que sai da geladeira ilumina meu rosto
velho e com a barba por fazer.

Ela me deixou, eu a deixei, nós nos deixamos.
E o tempo se encarregou de fazer o serviço,
e eu querendo beber as baratas misturadas ao álcool.

Sinto as fisgadas e pontadas nas costas,
uma lágrima escorrer vez ou outra,
enquanto a amarga sinfonia toca de fundo.

Vejo o teto com a visão embaçada,
e sinto minha boca amarga querer gritar.
Mas nada sai.
Nem mesmo um pobre e solitário gemido.

- Jadson Damien



Nenhum comentário:

Postar um comentário