Acorda no meio da madrugada
As três da manhã
O sono o abandonou
Anda de um lado ao outro na casa
Procurando entre as garrafas por ajuda
Acha o fundo de um vinho barato
Joga pra dentro insatisfeito
Puxa uma folha rabiscada
E com o lápis começa a preencher os espaços em branco
Seus olhos esquadrinham o quarto vazio
Pensa estar em um momento de genialidade
Porém não passavam de palavras rotineiras
Trechos comuns que sempre saiam quando forçava a redação
Aquela velha conversa com o amigo imaginário
A quem estava enganando?
Não era um poeta
Era só uma pessoa normal
Pensando demais
Sofrendo de insônia
E conversando com uma folha de papel.
-Renan M. Duarte
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