cortando a minha espinha.
Fazendo estremecer o corpo todo,
instintivamente olho para trás.
Fito a escuridão por um tempo, quase que eterno.
Nesses poucos minutos, ali congelado,
era como se o beco nascesse das entranhas do próprio diabo.
Alguém estava lá à espreita
me observando sem respirar
um par de olhos amarelos, frios e calculistas.
um par de olhos amarelos, frios e calculistas.
Um barulho ensurdecedor, o som de metal caindo.
me fez tropeçar enquanto tentava, em vão, recuar amedrontado.
olhava para a escuridão
sentindo aquelas sombras se arrastarem
do inferno até mim, desejando mais uma vida podre.
O som, medo e o breu.
Uma tríade apavorante para um culpado.
São duas da manhã, algo quer me matar.
Eu sei.
Fecho os olhos.
Fecho os olhos.
Ainda são duas da manhã e nunca mais verei a luz pálida de um bar.
Ou sentirei o roçar de coxas macias em minha virilha.
Abro os olhos.
Tomo o último folego.
Aceito.
Um gato sai correndo das sombras do beco do diabo, e salta por sobre um rato.
Tomo o último folego.
Aceito.
Um gato sai correndo das sombras do beco do diabo, e salta por sobre um rato.
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