certa vez pronunciei tais palavras
durante um adeus,
um momento de autopreservação
inebriado de razão e contentamento
desde então vivo amaldiçoado
cobiçoso
deixando ser levado
buscando, não, colecionando corpos em minha cama
sedento por outra chance
tentando encontrar algum calor
o mesmo olhar de quem se foi
algum sabor
Um demônio sentou ao meu lado
me trazendo os desejos,
e os gozos depravados
em troca, ele se diverte
com minha solidão
rindo de minhas tentativas falhas
das cartas erradas
das apostas infelizes que fiz.
Nunca ficarei sozinho
nunca ficarei sozinho
nunca ficarei sozinho
Repetirei tais palavras na escuridão
sentindo corpos irem e virem com o tempo
até não restar mais emoção.
- Renan M. Duarte
- Renan M. Duarte
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