Fora da Matilha: Somente mais 17 horas

Como disse um amigo, 7 das 24hrs já se passaram, resumindo a vida em um dia durante uma discutição de como o tempo passa rápido.

O tempo passa rápido de mais, é como se eu tivesse comemorando a virada do ano, aí eu pisco e estou no carnaval, pisco novamente e estou comendo ovos de páscoa, mais duas ou três piscadas de olhos e estou pondo o peru no forno.

Mas a questão não é o tempo passar rápido, e sim o que fazemos da vida nesse rápido espaço de tempo que nos sobra. A maioria das pessoas irá se identificar com o que vou escrever agora, nossos dias são: comer, dormir, cagar, mijar, trabalhar, e o tempo que nos sobra estamos cansados e em vez de aproveitar, desperdiçamos ele esperando pelo retorno da velha rotina chata.

“Tempo é dinheiro”. A vida de todos é atribuída a cobranças, a gente paga as contas pros outros e ficamos sem dinheiro, comigo, por exemplo, nunca gostei da escola, mas era cobrado por meus pais, eles me cobravam boas notas, eu tirei, fui aprovado, terminei aquela merda toda, e até que sinto saudades hoje, e vi que nada foi tão útil quando aquilo, mas, eles também me cobraram um emprego, agora eu acordo todos os dias 6:30 da manhã e tenho só 8 dias do mês pra mim. Me cobram uma faculdade e me olham torto por eu ainda não ter decidido que carreira seguir, poucos dizem pra eu correr atrás dos meus sonhos, a maioria diz pra eu escolher algo que dê dinheiro.

Dinheiro, dinheiro, as pessoas vivem por essa merda, literalmente vivem, pois vivem vidas que não querem por dinheiro, em empregos que não gostam por dinheiro. Eu acho que pela manhã o pensamento das pessoas são iguais, todos em silêncio sentindo pena de todos os outros e pensando: “pobres coitados fodidos, acordando cedo num dia frio e de chuva, sem tempo pra comer direito e sendo burro o suficiente pra continuar aceitando um emprego de merda e mais burro ainda por acreditar que talvez um dia ficará rico”, engraçado saber que todos pensam de você a mesma coisa que você pensa de todos, e o pior é ninguém está errado.

A vida é o nosso maior patrimônio, devemos dar mais importância a ela, do que as verdinhas, devemos arriscar, vencer o medo, sorrir, chorar, sofrer, amar, amar, amar, curtir cada uma das emoções, ser louco, cantar o momento, celebrar cada novo dia, viver sem esperar pelo céu ou temendo o inferno.

Mas o homem prefere enriquecer, e acaba trabalhando até morrer, é o ciclo da vida, nascer, crescer, correr atrás da grana, se reproduzir, agora correr ainda mais atrás da grana, e morrer, talvez sem a maldita grana, deixando filhos que certamente serão fodidos como você e terão a mesma vida monótona, e uma mulher que correrá atrás de um homem rico, ou passará o tempo que a resta louvando alguma divindade.

Eu vejo as igrejas cheias de idosos, como se todos escolhessem passar os últimos dias de vida se culpando pelos erros do passado, desperdiçando os últimos dias de vida investindo numa futura vida pós morte. Em minha opinião, acho que esses velhinhos deveriam aproveitar ao extremo, tentar fazer o impossível, sem se preocupar com uma nova vida, se tiver, melhor, mas imagina se não tem? Passar os últimos anos achatando a bunda num banco de madeira duro, de uma igreja, pedindo perdão pra um possível mito, ou grande invenção.

Nós vivemos somente uma vez, não existem segundos para serem desperdiçados, desperdiçar o pouco tempo que temos devia ser visto como pecado, ou como algo fora da lei, com uma punição severa, tanto quanto o inferno ou pena de morte.

Eu acredito que um dia a tecnologia estará tão avançada a ponto de criar humanóides e nos imortalizar, mas provavelmente, provavelmente não, com certeza, eu e todos que estão lendo estaremos mortos até lá, pelo menos mortos de alguma forma.

                Para mim, não importa o quão foda o cara tenha sido durante a vida, se ele não conseguir se imortalizar de alguma maneira depois de juntar os pés, pra mim significa que ele teve uma vida insignificante.

O relógio não para, você precisa fazer o que acha que deve ser feito, RÁPIDO! Quanto tempo ainda resta das suas 24hrs?

- Robson Gumz