segunda-feira, 30 de abril de 2012

Música

Acordado com insônia
Coisa rara de se acontecer comigo
Resolvo ler alguma coisa
Como que se chama-se o estado de sonolência
Quando ao fundo alguma coisa me acorda
Um acorde que me chama atenção
Maldito mau costume de estar sempre ouvindo alguma coisa
Não importa onde, ou porquê
Sempre existe alguma música de fundo
Algumas complexas, outras simplistas
Sempre gostei mais da agressividade que se pode extrair
Mas isso nem sempre é uma regra
A complexidade dos metais, instrumentos de sopro
Sempre me chamou atenção aquilo que requer entendimento
Não importa se for psicologia de botequim
Às vezes soa até mais interessante
Conversas sem fim a respeito de determinado sentido
O que me deixa intrigado
É que acordei com uma música da década de 60
Um blues jazz, com vigor atual
De contrastes visíveis e palpáveis
E isso me lembra da pobreza musical que está em evidência atualmente
Vivendo num ciclo vicioso, destruindo a si mesmo
Preocupado com o sucesso do verão
A arte foi se perdendo
Deixamos de falar algo através dela
E quando surge quem fala
Taxamos de chatos ignorantes insatisfeitos
Talvez deixamos de ser críticos?
Críticos com nós mesmos?
Musica é arte
E arte sobrevive ao tempo, à décadas
Não importa guerras ou epidemias
Enquanto houver humanidade, ela sobreviverá
Deixe os hits do momento passar
Musicas de ontem já estão no ostracismo e velhas
A arte ainda soa atual
A complexidade ainda soa encantadora
Somos reflexo daquilo que gostamos
Infelizmente a humanidade vem se tornando reflexo da futilidade
Do estado de compra e venda
Ainda fico aqui, com minha música cheia de velharias e ainda provocante
Ao ar noturno sem sons
Bebendo whisky
E contemplando as estrelas.

- Jadson Damien

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